Caros leitores,
desculpem o inconveniente, mas estou sem internet em casa desde o dia 17/08!
Espero poder trabalhar a partir de casa semana que vem, depois de terça-feira,
e aí poderei responder a todos de maneira adequada.
Abraço,
Gentil
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Maria Bethânia cantando Castro Alves e Caetano Veloso
Conforme dissemos em nosso artigo décimo sobre versificação em língua portuguesa, Castro Alves foi chamado de “Poeta dos Escravos”, pela defesa que fez da Raça Negra no Brasil, mostrando a vergonha de manter um povo escravo nestas terras. Neste áudio que incluímos abaixo, Maria Bethânia canta um conjunto de versos do poema Navio Negreiro de Castro Alves, homenageando a Raça Negra e a música Um índio, de Caetano Veloso, em homenagem à Raça Índia, que não aceitou a escravidão, preferindo morrer a se tornar escrava. Que a Raça Índia e Zumbi dos Palmares nos sirvam de exemplos na busca da liberdade.
Incluí abaixo o poema Navio Negreiro, de Castro Alves e a letra da música Um índio, de Caetano Veloso.
***
***
Navio Negreiro
I
'Stamos em pleno mar. Doudo no espaço
Brinca o luar - dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar. Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
- Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar. Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo - o mar em cima - o firmamento.
E no mar e no céu - a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra - é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar - doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
- Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês - marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês - predestinado -
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu!
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais, inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí. Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma - lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
Adeus, ó choça do monte,
Adeus, palmeiras da fonte!...
Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
***
Um índio
Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Incluí abaixo o poema Navio Negreiro, de Castro Alves e a letra da música Um índio, de Caetano Veloso.
***
***
Navio Negreiro
I
'Stamos em pleno mar. Doudo no espaço
Brinca o luar - dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar. Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
- Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar. Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo - o mar em cima - o firmamento.
E no mar e no céu - a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra - é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar - doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
- Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês - marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês - predestinado -
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu!
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais, inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí. Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma - lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
Adeus, ó choça do monte,
Adeus, palmeiras da fonte!...
Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
***
Um índio
Caetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá
Impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi
Tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi
O axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Gonçalo Salgueiro canta Alma Minha Gentil Que Te Partiste, de Camões
Descobri no Youtube esta bela interpretação do soneto de Camões, Alma Minha Gentil, Que Te Partiste, feita por Gonçalo Salgueiro. Não há neste mundo um povo que saiba expressar a melancolia feito nossos patrícios da Terrinha, a exemplo do fado.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Língua, com Caetano Veloso e Elza Soares
Caros leitores,
não basta saber a língua. É preciso conhecer a cultura produzida nessa língua. Por isso incluí a série de artigos sobre versificação, que traz a produção de nossos artistas, poetas, escritores, letristas.
Neste caso, trago a música Língua, de Caetano Veloso, numa interpretação ao lado de Elza Soares.
***
***
Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem
não basta saber a língua. É preciso conhecer a cultura produzida nessa língua. Por isso incluí a série de artigos sobre versificação, que traz a produção de nossos artistas, poetas, escritores, letristas.
Neste caso, trago a música Língua, de Caetano Veloso, numa interpretação ao lado de Elza Soares.
***
***
Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E – xeque-mate – explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(– Será que ele está no Pão de Açúcar?
– Tá craude brô
– Você e tu
– Lhe amo
– Qué queu te faço, nego?
– Bote ligeiro!
– Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
– Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
– I like to spend some time in Mozambique
– Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Rosa de Hiroshima, por Ney Matogrosso
Como incluímos o poema Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes, em nosso curso sobre versificação, nada melhor do que apreciar agora este mesmo poema cantado por Ney Matogrosso, numa homenagem a esses artistas:
sábado, 10 de fevereiro de 2018
Divirtam-se com aula de português no teatro
Assistam a este esquete hilariante do grupo Os Melhores do Mundo, no qual um assaltante corrige os erros de português dos policiais.
Cuidado para não se mijar de tanto rir! :)
Cuidado para não se mijar de tanto rir! :)
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
O Lado Cômico dos Filósofos e das Filosofias
Caros leitores e estudantes,
como eu gosto de Filosofia e sei que muitos também gostam, além de ser uma necessidade para todos e uma exigência para aqueles que estão se preparando para o Enem, dou uma dica aqui sobre um blog filosófico do mais alto nível, que é o Lado Cômico (como o blog foi removido, coloco aqui o link para a página de autor do filósofo na Amazon). Ele é escrito pelo Professor Hingo Weber, filósofo e letrista de belas canções (e meu amigo, claro), como pode ser visto em sua parceria com o poeta Ronald Augusto, do blog Poesia-pau. Com o Ronald ele realizou o cd Os Humanos, de 1998.
como eu gosto de Filosofia e sei que muitos também gostam, além de ser uma necessidade para todos e uma exigência para aqueles que estão se preparando para o Enem, dou uma dica aqui sobre um blog filosófico do mais alto nível, que é o Lado Cômico (como o blog foi removido, coloco aqui o link para a página de autor do filósofo na Amazon). Ele é escrito pelo Professor Hingo Weber, filósofo e letrista de belas canções (e meu amigo, claro), como pode ser visto em sua parceria com o poeta Ronald Augusto, do blog Poesia-pau. Com o Ronald ele realizou o cd Os Humanos, de 1998.
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
"Vamos se ligar" no Inverno 2009 do SBT?
Caros leitores,
o assunto é a frase do título entre aspas. Ouvi a dita cuja numa das chamadas para esse programa do SBT, na qual o apresentador conclama os telespectadores a, suponho, junto com ele, "se ligar" no programa.
O único problema foi a frase "Vamos se ligar".
Para quem não sabe, o pronome pessoal oblíquo átono se é de terceira pessoa.
Assim, quando dizemos "Vamos..." a alguém, está subentendido que o sujeito desse verbo é nós, obviamente:
Eu vou
Tu vais
Ele /ela vai
Nós vamos
Vós ides
Eles/elas vão
Desta feita, a frase em questão não existe gramaticalmente. Ou é vamos nos ligar em alguma coisa, ou eles / elas vão se ligar, ele / ela vai se ligar, ou você vai se ligar e vocês vão se ligar (você é uma forma de segunda pessoa que leva o verbo para a terceira pessoa, daí ser possível o uso do reflexivo se, como enfatizei no artigo).
Em suma, como o próprio Supremo Tribunal Federal decidiu que não há necessidade de diploma de jornalismo para o exercício da profissão, essa chamada do SBT deve ter sido para divulgar alguma campanha de analfabetismo nestes tristes trópicos!
Como fica agora quem trabalhou duro durante anos para conseguir um diploma de jornalista? Esses vão simplesmente rasgar o diploma, já que ele não é mais necessário.
E quem pretende ser jornalista não precisa mais se dar ao trabalho de passar em vestibular ou gastar fosfato nas cadeiras frias das faculdades.
Afinal de contas, não é nem necessário saber a própria língua para exercer essa profissão!
A vanguarda do atraso continua operando em nosso país, pra não dizer como se diz na gíria, "operando nosso país"! E olha que não sou jornalista, sou professor de profissão. E não preciso de diploma pra ser poeta e escritor.
Mas, pelo andar da carruagem, qual vai ser o próximo passo? Desregulamentar a profissão de professor? Já vou me preparando para rasgar o meu diploma (ou os meus) também, e olha que eu tenho uma pilha deles: graduação, mestrado, doutorado...
Depois é voltar pras cavernas, ou pras matas, e resolver tudo no tacape! Não será necessário o uso da língua.
Quanto ao "vamos se ligar", como diz o Índio ao Cavaleiro Solitário, quando este olha as colinas ao redor, vê uma fileira interminável de índios e diz:
"Meu Deus, nós estamos cercados"!
- Nós ... quem, cara-pálida? :)
***
Falando em coisas esdrúxulas: no Brasil, o Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger) foi apresentando como Zorro, pelo fato de também usar máscara.
E seu companheiro índio, Tonto, um valoroso guerreiro, teve seu nome original mantido, criando essa confusão semântica.
Agora, a piada da piada: se o Cavaleiro era solitário, como é que ele tinha um parceiro? Coisa de esquizofrênico, como acabou sendo o próprio Zorro, por haver dois personagens denominados Zorro. Afinal, ele devia se perguntar, quem era o verdadeiro Zorro, ele ou o outro?
o assunto é a frase do título entre aspas. Ouvi a dita cuja numa das chamadas para esse programa do SBT, na qual o apresentador conclama os telespectadores a, suponho, junto com ele, "se ligar" no programa.
O único problema foi a frase "Vamos se ligar".
Para quem não sabe, o pronome pessoal oblíquo átono se é de terceira pessoa.
Assim, quando dizemos "Vamos..." a alguém, está subentendido que o sujeito desse verbo é nós, obviamente:
Eu vou
Tu vais
Ele /ela vai
Nós vamos
Vós ides
Eles/elas vão
Desta feita, a frase em questão não existe gramaticalmente. Ou é vamos nos ligar em alguma coisa, ou eles / elas vão se ligar, ele / ela vai se ligar, ou você vai se ligar e vocês vão se ligar (você é uma forma de segunda pessoa que leva o verbo para a terceira pessoa, daí ser possível o uso do reflexivo se, como enfatizei no artigo).
Em suma, como o próprio Supremo Tribunal Federal decidiu que não há necessidade de diploma de jornalismo para o exercício da profissão, essa chamada do SBT deve ter sido para divulgar alguma campanha de analfabetismo nestes tristes trópicos!
Como fica agora quem trabalhou duro durante anos para conseguir um diploma de jornalista? Esses vão simplesmente rasgar o diploma, já que ele não é mais necessário.
E quem pretende ser jornalista não precisa mais se dar ao trabalho de passar em vestibular ou gastar fosfato nas cadeiras frias das faculdades.
Afinal de contas, não é nem necessário saber a própria língua para exercer essa profissão!
A vanguarda do atraso continua operando em nosso país, pra não dizer como se diz na gíria, "operando nosso país"! E olha que não sou jornalista, sou professor de profissão. E não preciso de diploma pra ser poeta e escritor.
Mas, pelo andar da carruagem, qual vai ser o próximo passo? Desregulamentar a profissão de professor? Já vou me preparando para rasgar o meu diploma (ou os meus) também, e olha que eu tenho uma pilha deles: graduação, mestrado, doutorado...
Depois é voltar pras cavernas, ou pras matas, e resolver tudo no tacape! Não será necessário o uso da língua.
Quanto ao "vamos se ligar", como diz o Índio ao Cavaleiro Solitário, quando este olha as colinas ao redor, vê uma fileira interminável de índios e diz:
"Meu Deus, nós estamos cercados"!
- Nós ... quem, cara-pálida? :)
***
Falando em coisas esdrúxulas: no Brasil, o Cavaleiro Solitário (The Lone Ranger) foi apresentando como Zorro, pelo fato de também usar máscara.
E seu companheiro índio, Tonto, um valoroso guerreiro, teve seu nome original mantido, criando essa confusão semântica.
Agora, a piada da piada: se o Cavaleiro era solitário, como é que ele tinha um parceiro? Coisa de esquizofrênico, como acabou sendo o próprio Zorro, por haver dois personagens denominados Zorro. Afinal, ele devia se perguntar, quem era o verdadeiro Zorro, ele ou o outro?
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Conjugação do verbo moer
Este verbo apresenta alguma dificuldade em algumas formas. Tirem aqui suas dúvidas na conjugação dele. As formas nominais do verbo moer, que significa esmagar, triturar, transformar em pó, são: infinitivo: moer, gerúndio: moendo, particípio: moído. Vejam as demais:
Presente do Indicativo
eu moo (não tem mais o acento circunflexo, segue o padrão de voo, soo, coo, etc)
tu móis
ele mói
nós moemos
vós moeis
eles moem
Pretérito Imperfeito do Indicativo
eu moía
tu moías
ele moía
nós moíamos
vós moíeis
eles moíam
Pretérito Perfeito do Indicativo
eu moí
tu moeste
ele moeu
nós moemos
vós moestes
eles moeram
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
eu moera
tu moeras
ele moera
nós moêramos
vós moêreis
eles moeram
Futuro do Pretérito do Indicativo
eu moeria
tu moerias
ele moeria
nós moeríamos
vós moeríeis
eles moeriam
Futuro do Presente do Indicativo
eu moerei
tu moerás
ele moerá
nós moeremos
vós moereis
eles moerão
Presente do Subjuntivo
que eu moa
que tu moas
que ele moa
que nós moamos
que vós moais
que eles moam
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
se eu moesse
se tu moesses
se ele moesse
se nós moêssemos
se vós moêsseis
se eles moessem
Futuro do Subjuntivo
quando eu moer
quando tu moeres
quando ele moer
quando nós moermos
quando vós moerdes
quando eles moerem
Imperativo Afirmativo
mói tu
moa ele
moamos nós
moei vós
moam eles
Imperativo Negativo
não moas tu
não moa ele
não moamos nós
não moais vós
não moam eles
Infinitivo Pessoal
por moer eu
por moeres tu
por moer ele
por moermos nós
por moerdes vós
por moerem eles
Presente do Indicativo
eu moo (não tem mais o acento circunflexo, segue o padrão de voo, soo, coo, etc)
tu móis
ele mói
nós moemos
vós moeis
eles moem
Pretérito Imperfeito do Indicativo
eu moía
tu moías
ele moía
nós moíamos
vós moíeis
eles moíam
Pretérito Perfeito do Indicativo
eu moí
tu moeste
ele moeu
nós moemos
vós moestes
eles moeram
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
eu moera
tu moeras
ele moera
nós moêramos
vós moêreis
eles moeram
Futuro do Pretérito do Indicativo
eu moeria
tu moerias
ele moeria
nós moeríamos
vós moeríeis
eles moeriam
Futuro do Presente do Indicativo
eu moerei
tu moerás
ele moerá
nós moeremos
vós moereis
eles moerão
Presente do Subjuntivo
que eu moa
que tu moas
que ele moa
que nós moamos
que vós moais
que eles moam
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
se eu moesse
se tu moesses
se ele moesse
se nós moêssemos
se vós moêsseis
se eles moessem
Futuro do Subjuntivo
quando eu moer
quando tu moeres
quando ele moer
quando nós moermos
quando vós moerdes
quando eles moerem
Imperativo Afirmativo
mói tu
moa ele
moamos nós
moei vós
moam eles
Imperativo Negativo
não moas tu
não moa ele
não moamos nós
não moais vós
não moam eles
Infinitivo Pessoal
por moer eu
por moeres tu
por moer ele
por moermos nós
por moerdes vós
por moerem eles
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