quarta-feira, 11 de outubro de 2017

"Dirija consciente"? Acho que estou bêbado!

Caros amigos,

aqui vai mais uma edição da série

"ouvi na tevê"!

Me senti bêbado e inconsciente com essa!

A frase aparece numa campanha televisiva para

direção consciente.

Até onde eu saiba e o Aurélio registra,

a palavra consciente é um adjetivo

de dois gêneros, ou seja,

um termo que qualifica ou modifica substantivos,

sendo utilizado sem mudança de forma para o masculino

e feminino:

homens conscientes do que estão fazendo,

mulheres conscientes de sua natureza.

Assim, posso usar esse termo de diversas maneiras,

mas sempre estando consciente de que ele é um

adjetivo para qualificar uma pessoa que esteja

consciente de seus atos.

Desta forma, o adjetivo consciente não pode

ser usado para qualificar ou modificar verbos,

função que é exercida por advérbios.

Se eu quero indicar que a condução de um veículo

precisa ser segura e atenta,

o condutor do veículo deve estar consciente

do que está fazendo,

e portanto sua direção é que deve ser  consciente.

Se eu quero ressaltar o verbo da frase,

é necessário usar uma palavra adequada

para isso.

Exemplos:

Dirija de maneira consciente.

Dirija conscientemente.

Dirija atentamente.

Nesse sentido, para que a frase "dirija consciente" tenha algum

significado, quem a ouve ou lê precisa fazer um exercício

de imaginação para quem sabe descobrir que talvez

o inventor de tal campanha tenha querido dizer

que é para o cidadão, ao estar quando ao volante de seu veículo,

precisa estar consciente de seus atos.

Mas aí eles já atropelaram o idioma com tal campanha!

Será possível que com tanto esbanjamento de dinheiro

em campanhas que às vezes têm resultados pífios,

vide aquela do "bráulio", não seria melhor

ter um mínimo de respeito também com a vida

linguística dos falantes do idioma

e simplesmente CONTRATAR um professor de português

para revisar os textos?

Parece aquela coisa de cobertor de pobre:

se cobre um lado, destapa outro.

Salva a vida de uma pessoa e assassina o idioma!

É preciso tanto educar para o trânsito

quanto respeitar a língua!

*****

Obs.: a palavra consciente também

é um substantivo, que significa os fatos

e processos psíquicos dos quais temos consciência.

*****

Ainda bem que aqui conto com a boa vontade dos leitores

para corrigir eventuais falhas. \o/

 

terça-feira, 10 de outubro de 2017

"Ele demorou para recuperar" (?)

Caros,

mais uma de narrador esportivo,

sobre um jogador caído:

"Ele demorou para recuperar."

E a pergunta óbvia, conforme comentei no artigo sobre

Complementos Verbais,

é saber o que ele demorou para recuperar,

visto que este verbo é transitivo direto e

necessariamente necessita de complemento!

Perdão pela redundância!

Será que o referido jogador demorou

para recuperar:

a) a consciência (teria ele desmaiado?)

b) as forças

c) a si mesmo (recuperar-se)

d) o dinheiro investido na bolsa de valores

e) o prestígio, depois de perder um gol incrível

(este é um clichê -- lugar-comum, chavão --  diário nos noticiários esportivos;

tudo é incrível no futebol,

parece que houve uma "essebetêtização" da imprensa, uma contaminação

pelo vírus do "isto é incrível". Até o Hulk o é!

Pra acabar com o suspense, a resposta é muito simples:

o jogador demorou para recuperar-se,

já que tinha caído ao ser atropelado por um

bando de atletas tentando marcar gol.

Mas fica mais esta lição, inspirada pela

pressa televisiva de ocupar os ouvidos

dos teventes.

Opa!

Calma!

Não estou doido!

O Aurélio diz que essa palavra é um substantivo

que significa telespectador!

domingo, 8 de outubro de 2017

Cadernos de Guerra

Caros leitores,

indico a vocês um excelente blogue,

o Cadernos de Guerra,

do meu amigo Maxwell Sarmento de Carvalho.

Só pelo nome vocês sabem que o cara é dos bons.

Como sempre estou recomendando boa leitura,

visitem o Cadernos de Guerra e vocês

acessarão muita coisa da mais alta qualidade.

Abraço pra vocês e pro Max!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Linguagem coloquial e gíria

Muitos autores usam linguagem coloquial e gíria em suas obras, tanto para retratar personagens com linguagem específica de uma região ou classe social, quanto para mostrar a linguagem de uma época.

Oswald de Andrade é um dos que mais usam esses recursos em seus poemas e romances.


Aliás, esse é um dos meus poetas preferidos.

Alguns de seus poemas,
com o ineditismo da linguagem coloquial da época,
até hoje me surpreendem, mesmo depois de lidos
dezenas de vezes.

Cito alguns aqui para deleite dos amantes da língua portuguesa e brasileira
(notem a pontuação, ou falta dela, e a ironia):

ERRO DE PORTUGUÊS

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

*****

O Capoeira

- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.

*****

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Conjugador de verbos on-line

Meus caros,

fiz uma pesquisa rápida na internet

e encontrei um

Conjugador de Verbos da Língua Portuguesa,

que pode ser acessado por aqui

(é só digitar o verbo que o banco de dados

fornece a conjugação completa dele).

Esse serviço pertence ao Grupo de Linguística

da Insite, que trabalha com Processamento

de Linguagem Natural.

Verbos Transitivos Diretos

Verbos transitivos diretos são verbos que indicam que o sujeito pratica a ação descrita, que é sofrida por outro elemento, denominado objeto...