Meus caros,
já publiquei aqui algumas
expressões de origem latina.
Hoje fiquei com vontade de colocar
mais algumas.
Aqui estão:
Ad infinitum = até o infinito, ilimitadamente
Ad libitum = à vontade / a seu bel prazer
Alea jacta est = a sorte está lançada / os dados estão lançados
(dita por Júlio César ao cruzar o Rubicão, rio que separava a
Gália Cisalpina da Itália)
A priori = (partindo daquilo) que vem antes
A posteriori = (partindo daquilo) que vem depois
(de maneira bem rasa: ambas estas expressões são utilizada em filosofia;
a primeira para designar um conhecimento prévio
e a segunda para indicar uma etapa posterior,
de um conhecimento adquirido por experiência)
Carpe diem = colha o dia, aproveite o dia (não desperdice
tempo com coisas inúteis)
Deus ex machina = deus surgido da máquina (introdução
numa peça de teatro de um personagem, artefato ou evento
para resolver um problema da estória encenada)
Dura lex sed lex = a lei é dura, mas (porém) é lei (ou seja, deve
ser aplicada igualmente a todos)
Ecce homo = eis o homem
Grosso modo = de modo grosseiro, aproximadamente
In vitro = em vidro (isto é, feito fora de um ser vivo,
em um laboratório, geralmente dentro de um vidro)
Mens sana in corpore sano = mente sâ em corpo são / saudável
Per capita = para cada cabeça, ou, por pessoa
Pro labore = (remuneração) pelo trabalho
(realizado por profissional, sócio, gerente)
Res publica = a coisa do povo, o que é do ou relacionado ao povo
(daí, república, ou seja, o que pertence ao povo, não é privado)
Statu quo / status quo = o estado atual das coisas
Tempus fugit = o tempo foge / o tempo voa
Veni, vidi, vici = vim, vi, venci (dita por Júlio César em 47 A. C.
para comentar uma vitória militar)
terça-feira, 17 de outubro de 2017
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
"Dirija consciente"? Acho que estou bêbado!
Caros amigos,
aqui vai mais uma edição da série
"ouvi na tevê"!
Me senti bêbado e inconsciente com essa!
A frase aparece numa campanha televisiva para
direção consciente.
Até onde eu saiba e o Aurélio registra,
a palavra consciente é um adjetivo
de dois gêneros, ou seja,
um termo que qualifica ou modifica substantivos,
sendo utilizado sem mudança de forma para o masculino
e feminino:
homens conscientes do que estão fazendo,
mulheres conscientes de sua natureza.
Assim, posso usar esse termo de diversas maneiras,
mas sempre estando consciente de que ele é um
adjetivo para qualificar uma pessoa que esteja
consciente de seus atos.
Desta forma, o adjetivo consciente não pode
ser usado para qualificar ou modificar verbos,
função que é exercida por advérbios.
Se eu quero indicar que a condução de um veículo
precisa ser segura e atenta,
o condutor do veículo deve estar consciente
do que está fazendo,
e portanto sua direção é que deve ser consciente.
Se eu quero ressaltar o verbo da frase,
é necessário usar uma palavra adequada
para isso.
Exemplos:
Dirija de maneira consciente.
Dirija conscientemente.
Dirija atentamente.
Nesse sentido, para que a frase "dirija consciente" tenha algum
significado, quem a ouve ou lê precisa fazer um exercício
de imaginação para quem sabe descobrir que talvez
o inventor de tal campanha tenha querido dizer
queé para o cidadão, ao estar quando ao volante de seu veículo,
precisa estar consciente de seus atos.
Mas aí eles já atropelaram o idioma com tal campanha!
Será possível que com tanto esbanjamento de dinheiro
em campanhas que às vezes têm resultados pífios,
vide aquela do "bráulio", não seria melhor
ter um mínimo de respeito também com a vida
linguística dos falantes do idioma
e simplesmente CONTRATAR um professor de português
para revisar os textos?
Parece aquela coisa de cobertor de pobre:
se cobre um lado, destapa outro.
Salva a vida de uma pessoa e assassina o idioma!
É preciso tanto educar para o trânsito
quanto respeitar a língua!
*****
Obs.: a palavra consciente também
é um substantivo, que significa os fatos
e processos psíquicos dos quais temos consciência.
*****
Ainda bem que aqui conto com a boa vontade dos leitores
para corrigir eventuais falhas. \o/
aqui vai mais uma edição da série
"ouvi na tevê"!
Me senti bêbado e inconsciente com essa!
A frase aparece numa campanha televisiva para
direção consciente.
Até onde eu saiba e o Aurélio registra,
a palavra consciente é um adjetivo
de dois gêneros, ou seja,
um termo que qualifica ou modifica substantivos,
sendo utilizado sem mudança de forma para o masculino
e feminino:
homens conscientes do que estão fazendo,
mulheres conscientes de sua natureza.
Assim, posso usar esse termo de diversas maneiras,
mas sempre estando consciente de que ele é um
adjetivo para qualificar uma pessoa que esteja
consciente de seus atos.
Desta forma, o adjetivo consciente não pode
ser usado para qualificar ou modificar verbos,
função que é exercida por advérbios.
Se eu quero indicar que a condução de um veículo
precisa ser segura e atenta,
o condutor do veículo deve estar consciente
do que está fazendo,
e portanto sua direção é que deve ser consciente.
Se eu quero ressaltar o verbo da frase,
é necessário usar uma palavra adequada
para isso.
Exemplos:
Dirija de maneira consciente.
Dirija conscientemente.
Dirija atentamente.
Nesse sentido, para que a frase "dirija consciente" tenha algum
significado, quem a ouve ou lê precisa fazer um exercício
de imaginação para quem sabe descobrir que talvez
o inventor de tal campanha tenha querido dizer
que
precisa estar consciente de seus atos.
Mas aí eles já atropelaram o idioma com tal campanha!
Será possível que com tanto esbanjamento de dinheiro
em campanhas que às vezes têm resultados pífios,
vide aquela do "bráulio", não seria melhor
ter um mínimo de respeito também com a vida
linguística dos falantes do idioma
e simplesmente CONTRATAR um professor de português
para revisar os textos?
Parece aquela coisa de cobertor de pobre:
se cobre um lado, destapa outro.
Salva a vida de uma pessoa e assassina o idioma!
É preciso tanto educar para o trânsito
quanto respeitar a língua!
*****
Obs.: a palavra consciente também
é um substantivo, que significa os fatos
e processos psíquicos dos quais temos consciência.
*****
Ainda bem que aqui conto com a boa vontade dos leitores
para corrigir eventuais falhas. \o/
terça-feira, 10 de outubro de 2017
"Ele demorou para recuperar" (?)
Caros,
mais uma de narrador esportivo,
sobre um jogador caído:
"Ele demorou para recuperar."
E a pergunta óbvia, conforme comentei no artigo sobre
Complementos Verbais,
é saber o que ele demorou para recuperar,
visto que este verbo é transitivo direto e
necessariamente necessita de complemento!
Perdão pela redundância!
Será que o referido jogador demorou
para recuperar:
a) a consciência (teria ele desmaiado?)
b) as forças
c) a si mesmo (recuperar-se)
d) o dinheiro investido na bolsa de valores
e) o prestígio, depois de perder um gol incrível
(este é um clichê -- lugar-comum, chavão -- diário nos noticiários esportivos;
tudo é incrível no futebol,
parece que houve uma "essebetêtização" da imprensa, uma contaminação
pelo vírus do "isto é incrível". Até o Hulk o é!
Pra acabar com o suspense, a resposta é muito simples:
o jogador demorou para recuperar-se,
já que tinha caído ao ser atropelado por um
bando de atletas tentando marcar gol.
Mas fica mais esta lição, inspirada pela
pressa televisiva de ocupar os ouvidos
dos teventes.
Opa!
Calma!
Não estou doido!
O Aurélio diz que essa palavra é um substantivo
que significa telespectador!
mais uma de narrador esportivo,
sobre um jogador caído:
"Ele demorou para recuperar."
E a pergunta óbvia, conforme comentei no artigo sobre
Complementos Verbais,
é saber o que ele demorou para recuperar,
visto que este verbo é transitivo direto e
necessariamente necessita de complemento!
Perdão pela redundância!
Será que o referido jogador demorou
para recuperar:
a) a consciência (teria ele desmaiado?)
b) as forças
c) a si mesmo (recuperar-se)
d) o dinheiro investido na bolsa de valores
e) o prestígio, depois de perder um gol incrível
(este é um clichê -- lugar-comum, chavão -- diário nos noticiários esportivos;
tudo é incrível no futebol,
parece que houve uma "essebetêtização" da imprensa, uma contaminação
pelo vírus do "isto é incrível". Até o Hulk o é!
Pra acabar com o suspense, a resposta é muito simples:
o jogador demorou para recuperar-se,
já que tinha caído ao ser atropelado por um
bando de atletas tentando marcar gol.
Mas fica mais esta lição, inspirada pela
pressa televisiva de ocupar os ouvidos
dos teventes.
Opa!
Calma!
Não estou doido!
O Aurélio diz que essa palavra é um substantivo
que significa telespectador!
domingo, 8 de outubro de 2017
Cadernos de Guerra
Caros leitores,
indico a vocês um excelente blogue,
o Cadernos de Guerra,
do meu amigo Maxwell Sarmento de Carvalho.
Só pelo nome vocês sabem que o cara é dos bons.
Como sempre estou recomendando boa leitura,
visitem o Cadernos de Guerra e vocês
acessarão muita coisa da mais alta qualidade.
Abraço pra vocês e pro Max!
indico a vocês um excelente blogue,
o Cadernos de Guerra,
do meu amigo Maxwell Sarmento de Carvalho.
Só pelo nome vocês sabem que o cara é dos bons.
Como sempre estou recomendando boa leitura,
visitem o Cadernos de Guerra e vocês
acessarão muita coisa da mais alta qualidade.
Abraço pra vocês e pro Max!
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Linguagem coloquial e gíria
Muitos autores usam linguagem coloquial e gíria em suas obras, tanto para retratar personagens com linguagem específica de uma região ou classe social, quanto para mostrar a linguagem de uma época.
Oswald de Andrade é um dos que mais usam esses recursos em seus poemas e romances.
Aliás, esse é um dos meus poetas preferidos.
Alguns de seus poemas,
com o ineditismo da linguagem coloquial da época,
até hoje me surpreendem, mesmo depois de lidos
dezenas de vezes.
Cito alguns aqui para deleite dos amantes da língua portuguesa e brasileira
(notem a pontuação, ou falta dela, e a ironia):
ERRO DE PORTUGUÊS
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
*****
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
*****
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswald de Andrade é um dos que mais usam esses recursos em seus poemas e romances.
Aliás, esse é um dos meus poetas preferidos.
Alguns de seus poemas,
com o ineditismo da linguagem coloquial da época,
até hoje me surpreendem, mesmo depois de lidos
dezenas de vezes.
Cito alguns aqui para deleite dos amantes da língua portuguesa e brasileira
(notem a pontuação, ou falta dela, e a ironia):
ERRO DE PORTUGUÊS
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
*****
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
*****
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
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